O derby surgiu para fazer o homem caminhar confortavelmente
É difícil falar da origem do derby sem citar seu “semelhante” mais famoso, o oxford. Isso porque ambos dividem o mérito de ter livrado os homens da estrutura rígida das botas, apresentando a então revolucionária (na época – meados dos anos de 1800) amarração por laço.
A diferença é que enquanto o oxford tem esse sistema “fechado” – com abas fixas –, o derby apresenta uma variação aberta desse tipo de enlace, com as orelhas costuradas à gáspea (aquela parte que cobre os dedos e o peito do pé).
O surgimento do oxford é constantemente ligado ao estilo “meia bota” adotado pelos estudantes da Universidade de Oxford, por volta de 1825. O derby, no entanto, não tem origens muito claras – a história o mostra como o resultado de mudanças em contextos diferentes, mas com um objetivo comum: conforto e praticidade. O consenso é que ambos tenham aparecido mais ou menos na mesma época.
Conde Derby
Algumas versões o ligam o surgimento ao 14º Conde de Derby, que viveu entre 1799-1869: um homem corpulento e de pés grandes, daí a necessidade de um calçado “aberto”, com cadarços, mais fácil de usar do que as apertadas botas de cano longo. Há ainda outra teoria que, por sua vez, revela que ele pode ter surgido durante as guerras napoleônicas (1803- 1815), durante o século 19. Tratava-se de um tipo de calçado mais confortável e práticos para calçar e descalçar.
Seguindo essa versão dos fatos, um oficial do exército da Prússia, Gebhard Leberecht von Blücher (por isso em alguns lugares, principalmente nos Estados Unidos, o modelo é chamado de blucher) redesenhou os calçados de seus soldados, criando uma alternativa mais simples, o que inclusive faria os homens ganharem tempo no preparo para as batalhas.
A ideia hoje parece óbvia, mas quando surgiu, o derby representou uma grande mudança para os calçados masculinos. A teoria vigente é que o modelo surgiu como uma evolução do próprio oxford – que, com seu sistema de enlace fechado, era ainda considerado desconfortável por homens com o peito do pé alto, por exemplo. Uma questão de espaço.