O brogue, originário da Escócia e Irlanda, é um sapato masculino criado para enfrentar terrenos difíceis, com perfurações funcionais que evoluíram em ornamentos, combinando estilo e praticidade.
Surgido na Escócia e Irlanda, o sapato masculino brogue foi projetado originalmente para enfrentar terrenos úmidos e difíceis. Suas perfurações, conhecidas como "broguing", foram criadas para drenar água, garantindo praticidade e durabilidade. Confira aqui a origem e as características do brogue, um dos mais estilosos sapatos masculinos.
Para entender o que é um brogue, é importante conferir o significado da própria palavra. Segundo o Merriam-Webster, o termo “broguing” diz respeito à ornamentação de sapatos caracterizada por perfurações e recortes.
Já o motivo pelo qual se resolveu “enfeitar” os calçados é algo que nos tira da teoria e leva à prática: orginalmente, esses acréscimos nada tinham a ver com beleza. Novamente, a tônica era na praticidade, durabilidade e conforto – características que também pautaram o surgimento de outros dois clássicos: o Oxford e o Derby.
Brogue: um pouco de história
O brogue surgiu na região da Escócia e Irlanda, numa tentativa de tornar os calçados masculinos mais preparados para o trabalho ao ar livre – ou seja, fora dos escritórios, gabinetes ou salas de aula. E quem punha as mãos na massa e os pés na lama sabia da importância de mais essa adaptação na história dos sapatos masculinos.
Os dois países têm como características naturais serem extremamente úmidos e pontuados por pântanos e outros tipos de terrenos inundados. Essa topografia tornava sofrível mesmo as tarefas mais corriqueiras – como percorrer as redondezas durante um dia de negócios. Daí a ideia: “furar” os calçados, para drenar a água e diminuir o problema.
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Brogue: couro trabalhado
No entanto, não se tratava de apenas “esburacar” qualquer sapato usado no dia a dia. Os brogues originais eram feitos com um couro trabalhado anteriormente para essa finalidade.
Cada peça da matéria-prima recebia uma série de perfurações e cortes (ou seja, um processo de “broguing”) antes de ser usada na confecção do calçado. O objetivo era garantir o resultado esperado: que a água fosse, de fato, “drenada” do sapato.
Outra característica importante dessa adaptação era que o sistema de amarração ficava acima do tornozelo, o que mantinha os cadarços longe da sujeira (no caso e na época, esterco e barro) e impedia que o sapato fosse arrancado do pé quando se caminhava na lama.
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Brogue: ícone da elegância masculina
A ideia deu tão certo que o brogue acabou se tornando quase que um sinônimo para sapato masculino na época e até hoje, nas regiões onde surgiu.
Mas é preciso entender que, na verdade, não se tratava (ao menos no início) propriamente de um modelo, mas sim de um conjunto de características – que hoje podem ser vistas em diferentes tipos de calçados masculinos formais, como o Oxford, o Derbye até em botas masculinas.
Para os especialistas, essa versatilidade de uso pode tornar difícil determinar tudo o que faz de um sapato brogue legítimo. Mas há alguns pontos básicos em que eles concordam: a presença de biqueiras, de painéis que se assemelham a rendas e, claro, das perfurações – hoje, sim, apenas decorativas.